Skip to content
Published fevereiro 1, 2024

Amanhã é domingo. Mais uma vez você subirá ao púlpito para pregar seu sermão. Mais uma vez você será tentado a questionar se a Palavra de Deus está tendo efeito na vida da sua congregação. Tem ovelhas que parecem que não mudam nunca. Não participam dos trabalhos, não amam aos irmãos, mas estão sempre prontos a criticar tudo e todos. Estão crescendo na fé tão lentamente que muitas vezes o progresso não é visível.

Amanhã você será tentado a trazer um sermão moralista. A focar somente no comportamento do cristão. A empurrar suas ovelhas no caminho certo. Força-los a tomarem passos maiores e mais consistentes. Faze-los sentir o quanto estão decepcionando suas expectativas.

Mas Pastor, o que precisamos ouvir é de Cristo. Do mais fraco ao mais forte, chegaremos no culto amanhã frustrados com a nossa incapacidade de vencer nossas lutas sozinhos. Cansados de ver pecado ao nosso redor e em nós mesmos. Tristes por termos brigado com nossos conjugues, odiado nossos chefes, faltado tanto paciência no transito quanto bom senso com o cartão de crédito. Chegaremos cansados, e com sede. E uma bronca – por mais merecida que ela seja – não nos saciará.

Precisamos de Cristo, pastor. Nos fale do nosso Salvador. Do seu amor generoso, sua graça maravilhosa, sua justiça eterna, seu perdão monumental. Nos fale do que Ele tem feito, o que está fazendo, e o que fará. Queremos ser atraídos novamente a Ele, enxergar sua proximidade, entender que sua soberania está fazendo com que essa bagunça das nossas vidas redunde para sua glória. Precisamos sair do culto maravilhados com a graça de Jesus e não só com a realidade das nossas falhas. Nos mostra quem é nossa motivação e como Ele nos capacita a ouvir sua voz e segui-lo.

Precisamos de exortação às boas obras? Com certeza. Mas não antes de sermos lembrados daquele que cumpre tudo em todos. Pedimos como os gregos: “Senhor, queremos ver Jesus.” (João 12.21) Mostre-nos o Pai, para então reconhecermos qual é nosso papel como seus filhos.

Neste domingo, pastor, confronte-nos com a graça do nosso Salvador.

Com amor,

Sua igreja

[Arte: Detalhe de “Shepherd and Sheep” por Anton Rudolf Mauve, primo do Van Gogh]