“Aprenda a dizer não. Será melhor para você do que aprender latim.” – Charles Spurgeon, aconselhando seus estudantes.
Em nossa cultura, é esperado que toda ideia seja acolhida. No ambiente da igreja, não é diferente. Projetos nunca estão em falta, e sobra muito trabalho para poucas pessoas. Espera-se que o povo de Deus tope qualquer coisa que pareça ser edificante. Viu, você pode preparar uma lição sobre assunto X? Você pode ficar responsável pelo social no dia X? Você pode pesquisar o melhor preço? Apresentar um projeto? Ensinar os jovens? Etc.
Mas nossa boa vontade não altera esta realidade: temos apenas 24 horas por dia. Nosso tempo — assim como nossas vidas — é limitado. Ninguém consegue abraçar tudo o tempo todo. Fazemos bem em acolher o conselho de Spurgeon. Seguem 5 motivos para dizer NÃO:
- Não idolatre as expectativas que outras pessoas possam ter de você. Muitos pensam que, para agradar a Deus, temos que agradar a todas as pessoas. Negativo. Repare quantas vezes Cristo não atendeu às expectativas dos seus seguidores. Esta deve ser nossa oração: “Livra-me, Jesus, do desejo de ser sempre bem-visto, […] do medo de ser rejeitado.” (C. S. Lewis)
- Saiba distinguir entre o que é bom e o que é melhor. Boas oportunidades são mais comuns do que imaginamos. Mas nem tudo que é licito, convém. Não tenha receio de dizer não quando precisar proteger seu tempo de descanso, tempo com a família, etc. O que é melhor merece prioridade; o que é bom terá que esperar para outra hora.
- Dê valor às suas palavras. Quando topamos tudo, nosso sim acaba significando “pode ser que dê” e perde o peso da convicção. É impossível contar com alguém que abraça o mundo. Que seu sim seja sim, e seu não seja não. Ao dizer não, você valorizará os projetos aos quais você disse “sim”.
- Reconheça que você não é o salvador da pátria. Cristo cuidará da Sua igreja. Você não é a melhor resposta aos problemas ao seu redor. Em humildade confesse seus limites. Estar super ocupado não é, necessariamente, uma marca de um cristão dedicado. Pode ser a marca de quem tem um complexo de herói e esteja falhando miseravelmente na sua tentativa de salvar o mundo. Você não é James Bond. Muito menos Jesus Cristo.
- Contente-se em participar de forma indireta. No porão do Tabernáculo Metropolitano havia uma sala de oração, onde poucos irmãos se reuniam para interceder pela igreja. Charles Spurgeon chamava essa prática da “força motriz desta igreja”. Erramos quando pensamos que só participa na obra quem “põe a mão na massa”. Apoie em oração. Encoraje seus irmãos nos seus trabalhos e demonstre interesse pelas suas vidas.
“Não existe uma fórmula para o sucesso. Mas, para o fracasso, há uma infalível: tentar agradar a todo mundo” – Herbert Bayard Swope, que ganhou o prêmio Pulitzer em 1917 (o primeiro ano em que o prêmio foi entregue)
Muito bom! Sem contar que algumas vezes confundimos ativismo com fé.