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Published fevereiro 13, 2024

Recentemente, li a respeito de um casal cristão que viveu uma série de dificuldades dolorosas. Após uma gravidez perturbada, perderam seu filho com 80 minutos de vida. Engravidaram novamente, e a filha foi diagnosticada com uma rara condição do rim. Por um milagre, nasceu com saúde. Alguns anos mais tarde, a família sofre um acidente de carro e a filha tão amada vem a falecer. Seus amigos sugerem que foram ‘amaldiçoados’.

Aonde está Deus nesta cena trágica? Se Deus é bom, porque o mal está ao nosso redor?

O apologeta Alex McFarland lista 5 crenças populares acerca de Deus perante a existência do mal:

  1. Ateísmo: Não há Deus.
  2. Dualismo: Deus e o mal são dois lados da mesma moeda – yin e yang.
  3. Ilusão: O mal é apenas ‘maya’ (mera ilusão). Nada é bom ou mal. Tudo simplesmente é.
  4. Divindade finita: o deus que existe é limitado no seu poder ou caráter. Talvez ele deseje acabar com o mal, mas não consegue. Ou, talvez ele não é 100% bondoso.
  5. Monoteísmo Trinitariano: Deus existe e Ele é totalmente bom, sábio e todo-poderoso. Ainda que o mal esteja presente agora, um dia nosso universo estará livre dele. Através da morte e ressureição do seu Filho, Deus demonstrou ao mundo que a vitória é certa.

Sobre a existência do sofrimento, Tim Keller comenta: “Não posso afirmar o porquê que Deus permite o mal no mundo. Mas posso afirmar que não é por falta de amor.” Ou seja: ainda que não entendamos o sofrimento, podemos experimenta-lo com uma dúvida a menos. Nosso sofrimento não é sinal que Deus nos ama menos. Muito pelo contrário: Deus nos ama com tamanho amor que tomou a forma de homem, nasceu na pobreza, morreu na angústia, e assim participou da nossa realidade. Nenhuma outra fé oferece esse consolo.

Algumas crenças afirmam que o sofrimento não tem sentido. Outras entendem que o sofrimento é meramente um meio para um fim (paraíso). Já outras entendem que o sofrimento é aquilo que dá propósito à vida e portanto deve ser buscado. Mas o Cristianismo, mesmo reconhecendo que o sofrimento existe e que tem um propósito, rejeita a noção que o sofrimento é um fim em si mesmo. Por traz do sofrimento, por traz da cruz, por traz da morte existe um Deus glorioso que orquestra tudo para um fim vitorioso e belo.

Keller comenta que seus heróis, Lewis e Tolkien, sugerem que o pano de fundo do “mal” fará com que a vitória final se apareça ainda mais gloriosa. Como ilustração, Keller conta um pesadelo que teve no qual toda sua familia fora morta. Acordou apavorado mas logo sentiu um profundo alívio ao ver sua família bem. Ele já amava sua família. Mas agora apreciou sua família de forma especial.

Aonde está Deus quando sofro? Aqui ao meu lado. Na vale da sombra da morte. Aqui no pesadelo. E também nos espera do lado ‘de lá’. Um dia, todo o pavor deste mundo se desfará. Veremos nosso Salvador com outros olhos e sentiremos a mais profunda gratidão.