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Published fevereiro 6, 2024
Uma das maiores influências malignas nas nossas vidas e nos nossos jovens é a questão do prazer. Pela lente do mundanismo, o prazer é a prioridade, e ele produz — como consequência chata — alguns deveres. É o prazer que determina os deveres.
 
Na semana do carnaval, rodou um comercial de cerveja que exemplifica bem essa inversão de valores. O personagem bobão comenta com seu amigo que “no Carnaval tem que chegar pegando!” Chocado, seu amigo mais educado o corrige: “Pegando telefone, pegando intimidade. . . enfim, pegando autorização para pegar, nê?
 
Perceba que o objetivo dos dois cidadãos é o mesmo: pegar mulheres. O alvo é o prazer. E a moralidade “evoluída” da nossa cultura então enfatiza que ‘pegar mulheres’ exige certas responsabilidades: ser atencioso, ser um gentlemen, ser bom de papo, etc. É o prazer que determina o dever.
 
O resultado não podia ser outro: as responsabilidades então são descartáveis. Assim que o prazer acabar, não é mais necessário ser gente boa, gentil ou cavalheiro. A busca por prazer é o valor constante, enquanto os deveres são variáveis.
 
Já o cristianismo destaca — em primeiro lugar — os deveres: o dever de honrar ao Criador, de proteger a família, de defender valores a qualquer custo, etc. O prazer existe, mas é uma consequência de se cumprir seus deveres.
 
Por exemplo, os votos feitos em um casamento cristão destacam o dever de ser fiel até a morte. Uma consequência dessa aliança é o prazer da intimidade sexual. E o dever da fidelidade é mantido mesmo quando as circunstâncias não permitem a intimidade sexual. O dever é constante enquanto o prazer é um variável.
 
É essa inversão de valores que assola nossos jovens. Para o mundo, toda responsabilidade é chatice. Chegar no trabalho na segunda-feira é um saco. Ser pai de família é um saco. Ser casado é um saco. Pagar prestação é um saco. Sair da casa dos pais e pagar o próprio aluguel é um saco. Criar filhos é um saco. Carregar saco de cimento é um saco.
 
Tudo é uma droga. Mas é uma droga necessária para poder alcançar os prazeres.
 
E por isso os jovens não querem aceitar as responsabilidades da maturidade. Pra que aceitar MAIS responsabilidade se não equivale a um PRAZER maior?
 
De pouco adianta insistirmos que os jovens “precisam ser mais responsáveis!” enquanto essa inversão de valores não for trabalhada. Os jovens precisam de modelos que carregam responsabilidades com alegria. Eles precisam também receber responsabilidades na igreja, se seus líderes estiverem dispostos a delegar.
 
Nossos corações precisam ser lembrados que o pecado trouxe frustração a todas as areas da nossa vida. Pode haver limites e dores em tudo que experimentamos — inclusive o prazer. A busca desenfreada do mundo por prazer sem limites é uma busca vazia e mortal.
 
Por sermos criados na imagem de Deus, somos criados com a vontade de trabalhar, cuidar e se sacrificar. Claro que essa vontade foi deturpada pelo pecado. Mas ela está aí nos corações dos jovens. E precisa ser alimentada, encorajada e aplaudida.