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Published setembro 28, 2024
Quando Jimmy Fowler se membrou na igreja Redeemer Fellowship em Saint Charles, Illinois (EUA), ele estava animado para participar nos trabalhos. E como o departamento infantil estava sempre sobrecarregado, certo domingo ele aparece a sala de EBD para se voluntariar. Mas foi barrado à porta por uma das professoras.
 
Desculpe,” explicou a professora, “mas exigimos que todos os voluntários façam um “background check” (verificação de antecedentes criminais) antes de se envolverem com as crianças.
 
Hoje, Jimmy é um dos pastores da congregação, mas comenta que ficou levemente constrangido naquela ocasião. Mas ressalta: como pai, ficou aliviado que o dept. infantil levava seu trabalho tão a sério.
 
UM PERIGO REAL
 
As estatísticas apontam que, em 90% dos casos de abuso infantil, os predadores são conhecidos e/ou próximos à vítima. São pessoas que ganharam a confiança da família.
 
O pastor Deepak Reju, responsável por liderar os ministérios de aconselhamento na Igreja Batista Capitol Hill em Washington, D.C., aponta vários motivos por que igrejas falham em proteger suas crianças:
  • A presunção popular de que “como nossa igreja é pequena, todos se conhecem”.
  • A necessidade de voluntários que muitas vezes supera o cuidado ao escolher os voluntários.
  • Suposições erradas sobre os predadores sexuais. Por exemplo: muitos imaginam que os predadores são pessoas que parecem bem diferentes de nós, quando, na verdade, estão presentes em todas as classes sociais, com diversas idades e personalidades.
  • O fato dos membros se ofenderem facilmente quando os responsáveis fazem perguntas diretas sobre seu passado criminal. “Como você se atreve a fazer essa pergunta? Justo eu que estou a XX anos na igreja?” ou talvez “Mas nossa igreja é como uma família – não precisamos implementar esse tipo de política”.
  • A própria safadeza dos predadores. Eles sabem que membros de igrejas costumam ser ingênuos, então abusam de sua confiança. Consiguem manter a aparência de uma “cara legal” e assim se aproximar das crianças.
PROTEÇÃO INTENCIONAL
 
Já está na hora das nossas igrejas adotarem políticas que visem a proteção intencional dos pequenos e jovens. E não é difícil tomar os primeiros passos (ainda que talvez tenham seus momentos constrangedores).
 
1. COLOQUE NO PAPEL: Crie uma Politica de Proteção à Criança aonde estará descrito as exigências e limites dos professores. Por exemplo, não deve ser permitido que um monitor esteja a sós com qualquer aluno (seja para usar o banheiro, dar carona, etc).
 
2. FERRAMENTAS: “Não presuma“, escreve Deepak Reju, “que seus filhos possam ser confiados a um voluntário simplesmente porque esse confessa a fé cristã.” Antes, procure conhecer o passado dos voluntários. Use as ferramentas que já temos a nossa disposição: através do site da Polícia Federal, por exemplo, é possível emitir certidões de antecedentes criminais em poucos minutos, e gratuitamente.
 
3. TREINAMENTO: O pastor Deepak também recomenda que toda igreja responda a pergunta, “Qual treinamento é necessário para que nossa equipe e voluntários consigam cumprir seu trabalho fielmente, e de forma que protejam nossos filhos?” Uma igreja que insere voluntários imediatamente nos departamentos infantis / jovens – sem qualquer treinamento – corre riscos trágicos.