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Published fevereiro 1, 2024
CORPO DE CRISTO »
  1. Há um só corpo (Ef 4.4, Rm 12.5, 1Co 12.12);
  2. O corpo tem seu início em Jesus Cristo, sendo Ele que O mantêm (Col 1.17,18);
  3. O corpo tem Jesus Cristo como sua única Cabeça (Col 1.17,18), submentendo-se somente à Sua Palavra;
  4. A autoridade soberana que Cristo exerce sobre todo seu corpo (Ef 1.22,23) é consequência natural do plano da salvação efetuado pela Trindade sobre todos os escolhidos (Ef 1.3-14);
  5. O corpo é composto por todos aqueles que foram batizados no Espírito Santo (1 Cor 12.13);
  6. Não há uniformidade entre todos os membros em termos de sua maturidade ou chamado. Existem os membros fracos e menores (1Co 12.22-25), como também há diferentes ministérios (1Co 12.4-6,11,12), e diferentes chamados (1Co 12.28 / Ef 4.11,12) na obra;
IGREJA LOCAL E VISÍVEL »
  1. Uma igreja local é uma congregação visível daqueles que já estão congregados em Cristo (At 20.28).
  2. Uma igreja local encontra sua identidade exclusivamente no Seu Salvador (Mt 16.16-18) e não em sua denominação ou linhagem histórica;
    • Uma igreja local encontra sua identidade no que Jesus fez por ela (At 20.28), “sendo ele próprio o Salvador do corpo” (Ef 5.23);
    • Um igreja local encontra sua identidade no amor que Jesus tem por ela (Ef 5.25)
    • Uma igreja local encontra sua identidade no que Jesus diz a respeito dela (Mt 16.16-18).
  3. Uma igreja local é motivada pelo Espírito Santo (At 2, At 10.45,46);
  4. Uma igreja local é autorizada diretamente pela Palavra (Mt 28.18-20, 2 Tm 3:16-17);
  5. Uma igreja local é amada, alimentada e edificada pelo próprio Jesus Cristo (Ef 5);
  6. Uma igreja local é um dos meios que Deus usa para propagar seu Evangelho;
IMPLICAÇÕES »
  1. Comunhão: Há um sentindo em que os membros daquele um só corpo são membros um do outro (Rm 12.4,5), e devem desenvolver os dons do Espirito uns para com os outros (Rm 12.6-16). Todos que andam na luz de Cristo têm “comunhão uns com os outros” (1Jo 1.3,7) por razão da luz que compartilham. Devemos criar amizades com irmãos de outras denominações enquanto forem humildes e estudiosos na fé. Devemos abraçar, visitar e interagir com nossos irmãos na fé.
  2. Edificação: Todos aqueles que fazem parte do corpo de Cristo devem buscar crescer  naquele que é a cabeça, Cristo (Ef. 4.15,16).
  3. União: Sendo transformado em um só povo (Ef 2.13,14), devemos buscar fortalecer todos aqueles que estão edificados sobre um só fundamento, que é Jesus Cristo (Ef 2.20) para juntos sermos templo santo no Senhor (Ef 2.21).
  4. Amor: Os fiéis em Colossos tiveram amor “para com todos os santos” (Co 1.4) e devemos fazer o mesmo. Esse amor não ama somente aos santos ‘amáveis’ que concordam com nossas opiniões; antes, todos os santos recebem essa demonstração pelo amor (Ef 4.1-3). Esse amor entre os discípulos de Cristo é prova que somos de fato seguidores dEle e não de outrem (João 13.35).
  5. Erros: Uma igreja local e visível pode errar. Ela pode demonstrar “incredulidade e dureza de coração” (Marcos 16.14) perante seu Salvador. Ela pode errar teologicamente (as igrejas da Galácia), moralmente (igreja em Corinto), secretamente ou publicamente, etc. Mas o que faz ela ser igreja não é seu nível de perfeição e sim Aquele que é Perfeito. Da mesma forma que um cristão pode errar sem perder sua identidade, uma igreja local pode errar sem perder sua identidade.
CONSEQUÊNCIAS »
A longo prazo, há severas consequências que podem brotar no nosso meio se defendemos que apenas as igrejas da nossa denominação são legítimos corpos de Cristo (como defende a visão Landmarkista):
  1. Indiferença: Passaremos vista grossa sobre as diferenças entre nossas próprias igrejas, já que as diferenças sugerem uma identidade diferenciada e não tão paralela com as nossas confissões.
  2. Apatia: Não nos preocuparemos com os deslizes das outras igrejas e nem nos alegraremos com seus avanços, já que todas são ‘igrejas falsas’ aos nossos olhos.
  3. Isolamento: Nos preocuparemos cada vez mais com somente aqueles que concordam completamente conosco. Amizade e comunhão com homens de outras denominações cristãs será interpretada como ‘dando apoio às igrejas falsas’.
  4. Solidão: Trabalharemos sozinhos, sem buscar o apoio, conselhos ou experiência de irmãos de outras igrejas cristãs.
  5. Diminuição: Perderemos a visão ampla de que Deus está — neste exato momento — sendo louvado em homens diferentes, igrejas diferentes e nações diferentes. Pensaremos que nós somos (coletivamente falando) o único arauto das verdades bíblicas.
  6. Arrogância: Pensaremos que almas estão sendo convertidas nas nossas igrejas por causa da nossa linhagem saudável, ou teologia tradicional, e esqueceremos que Deus faz tudo pela sua graça, e não merecimento humano.
  7. Ignorância: Deixaremos de ser inspirados pelas vidas dos heróis da fé que vieram antes de nós por terem diferenças de convicção. E quem não conhece sua história está condenado a repeti-la.
  8. Idolatria da tradição: Já que a nossa veracidade foi herdada por meio de uma linhagem de igrejas, pensaremos que qualquer tradição que leva-nos mais e mais de volta ao passado é de alguma forma mais santa e desejável. Procuraremos bases bíblicas para defender nossas tradições ‘sagradas’.
  9. Testemunho enfraquecido: a nossa união com Jesus Cristo e também Seus discípulos testemunham que Jesus é o enviado “para que o mundo creia” (Jo 17.21). Uma falta de comunhão e convivência com os discípulos que são diferentes de nós enfraquece nosso testemunho perante um mundo curioso.
ECUMENISMO »
Orar pelo bem de uma igreja cristã que não é da nossa denominação é ecumenismo? E expressar apoio a um pastor ou movimento cristão que não seja batista? Ou fazer parcerias com outras igrejas cristãs para alcançar mais povos indígenas?
O ecumenismo já foi definido de diversas maneiras durante os séculos. Mas uso ele aqui no sentido de “promover união entre todos as religiões”.
  1. Ecumenismo afirma que todas as religiões são válidas. Assim, quando todos os deuses são aceitos com igual valor, nenhum deus é anunciado. Já a união cristã busca ter comunhão somente com aqueles que estão edificados sobre o fundamento que está posto, Jesus Cristo (1Co 3.11), reconhecendo que somos a lavoura e edifício de Deus (1Co 3.9).
  2. Ecumenismo busca união acima da verdade, enquanto a união cristã zela pela verdade acima da união. A união cristã reconhece que fora de Cristo não há outro caminho, verdade ou vida (Jo 14.6) e está disposto a morrer solitário do que confessar outra ‘verdade’.
  3. Ecumenismo vê com maus olhos qualquer pessoa que não se afilia à sua associação pagã, enquanto a união cristã entende que o cristão tem liberdade em Cristo a participar ou não participar de seus movimentos, congressos, associações e projetos (Lu 9.49,50).
  4. Ecumenismo define a união como “concordância com todas as religiões independente de seus ensinos” enquanto a união cristã entende que ela é consequência da união já existente em Cristo, e a define como “trabalhar em prol do mesmo alvo que é anunciar Cristo”. Para o cristão, união não é andar de mãos dados, e sim, batalhar pelo mesmo Rei, submetendo-nos à sua Palavra. “Estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do Evangelho” (Filipenses 1.27).
  5. Ecumenismo incentiva a propagação de muitos credos, enquanto a união cristã reconhece que há somente um credo: Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16) (At 17.1-3) (Rm 10.8,9) (Jo 17.3).
  6. Ecumenismo leva os homens a perdição, enquanto a união cristã é preservada pela Trindade, conforme Jesus Cristo orou (Jo 17.11,21)
  7. Ecumenismo erra por chamar de puro aquilo que Deus condena, enquanto a falta de união cristã pode surgir quando chamamos de impuro “ao que Deus purificou” (At 10.15). Chamar de ‘falso’ aquilo que é edificado sobre a verdade e que anda na luz do Evangelho é desrespeitar o escopo e intenção da obra de Cristo.
IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA (ICAR)»
Todos os caminhos levam à união com a Igreja Católica Apostólica Romana? Confessar um corpo universal e eterno é se ajuntar a essa Igreja, já que a palavra ‘católica’ significa ‘universal’?
  1. A união cristã incentivada pela ICAR é contrária àquela ensinada nos Evangelho. A ICAR afirma que todos aqueles que compõem sua denominação compõem o corpo de Cristo, o que é inverter o ensino bíblico. Biblicamente, fazemos parte primeiramente do corpo de Cristo e por consequência disso buscamos nos ajuntar a uma assembléia local de cristãos, e não o contrário.
  2. A ICAR não confessa Jesus Cristo como único e suficiente Salvador e nem exalta Sua Palavra como o único padrão que rege sobre a igreja, como tem testemunhado a longa linhagem de mártires, reformadores e puritanos que saíram dela. Disse o Papa Bonifácio VIII em 1302, “Declaramos, dizemos, definimos e pronunciamos que é absolutamente necessário à salvação de toda criatura humana estar sujeita ao romano pontífice.
  3. A ICAR não busca a união em Cristo; antes, defende a união sob uma mesma autoridade papal. Em última analise, a ICAR procura atrair todos para si, enquanto a genuína união cristã incentiva que todos sejam unidos em Cristo, que é maior do que qualquer denominação.
  4. A ICAR despreza todos aqueles que não se alinham à sua confissão de fé, chamando-os de hereges e apóstatas, o que não condiz com a liberdade que temos em Cristo de vivermos de acordo com as nossas convicções.
  5. A ICAR sugere a inerrância de seus líderes ao invés de confessar somente a inerrância da Palavra de Deus.
  6. A ICAR só será igreja viva, construída sobre a Rocha, quando ela voltar a confessar Cristo acima de qualquer tradição eclesiástica.
  7. Se acreditar na congregação universal e invisível nos torna automaticamente participantes da ICAR devido ao seu uso da palavra ‘Católica’, não deveremos desprezar então o conceito de ‘linhagem apostólica’ por ser defendido pela ICAR? A ICAR defende a ideia que (1) sua autoridade é apostólica por razão (2) dela ser a sucessão daquela primeira igreja dos apóstolos, e com esta base afirma que (3) nenhuma outra igreja fora da sua denominação tem autoridade apostólica para existir, congregar e evangelizar.
  8. Confessar uma verdade que homens tem buscado perverter não é a mesma coisa que confessar a perversão como a verdade.
Que possamos confessar a “simplicidade que há em Cristo” (2Co 11.3).[Arte: Christi Himmelfahrt por Gebhard Fugel, c. 1893]